segunda-feira, 19 de março de 2012

Milésima Guerra

Estou na milésima quinta guerra mundial, meu mundo se dissipou nesse meu universo individual, aqui é o meio do conflito, os bombardeios não cessam, as granadas não são nada, já nem sinto os tiros das balas de borracha, os spray de pimenta cegou meus olhos, perdida sem enxergar um palmo, caminho aflita ouvindo os gritos, os choros, a morte e a vida, do que ainda resiste, me abraço aos destroços tropeço em cima dos mortos, aquela velha ressequida magra decomposta, há muito exposta á radiação é... a minha finada razão, aquele menininho morto agarrado ao seu cachorrinho é minha finada, inocência e a garotinha de vestido de bolinha queimada e esquecida é minha finada infância, mas esperem eu ouço bem baixinho um pequeno suspiro, quase sem aguentar, já nas ultimas um homem forte em toda a sua força viril, resiste em mão de morrer, mesmo baleado no peito, mesmo sangrando desse jeito, puxa meu braço e me diz no meu ouvido "sou o seu pedacinho de Desu e eu ainda não morri me dá a sua mão e juntos vamos conseguir".  
DJS.

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